O amor é a única loucura de um sábio e a única sabedoria de um tolo. William Shakespeare
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Mahatma Gandhi!!
Mahatma significa " A Grande Alma "
Nonviolence is the greatest
force at the disposal of mankind. It is mightier than the mightiest weapon
of destruction devised by the ingenuity of man."
"A não violência
é a maior força à disposição da Humanidade.
Ela é mais poderosa que a mais poderosa das armas de destruição
concebida pela ingenuidade do Homem."
Churchill costumava chamá-lo
de "faquir despido". Einstein era um de seus maiores admiradores.
Martin Luther King inspirou-se nele. Mahatma Gandhi é um dos grandes
homens do século XX.
Em 2 de Outubro de 1869, nascia Mohandas
Karamchand Gandhi, em Kathiawar, estado de Porbunder, na Índia, líder
pacifista da humanidade e principal personalidade da independência
desse país. Mais novo dos três filhos de Karamchand Gandhi
(Kaba Gandhi) e sua esposa Putlibai. Kaba Gandhi foi primeiro ministro nos
estados de Porbunder, Rajkot e Vankaner.
Em 1883, com apenas treze anos, contraiu
matrimônio com a Sra. Kasturbai Makanji, que também contava
com treze anos a época.
Formou-se em direito em Londres e, em 1891,
voltou para a Índia a fim de praticar a advocacia.
Dois anos depois, vai para a África
do Sul, também colônia britânica, onde inicia o movimento
pacifista, lutando pelos direitos dos hindus.
Volta à Índia em 1914 e difunde
seu movimento, cujo método principal é a resistência
passiva. Nega colaboração com o domínio britânico
e prega a não violência como forma de luta.
Em 1922, organiza uma greve contra o aumento
de impostos, na qual uma multidão queima um posto policial.
Detido, declara-se culpado e é condenado
à seis anos, mas sai da prisão em 1924.
Em 1930, lidera marcha para o mar, quando
milhares de pessoas andam mais de 320 quilômetros a pé, para
protestar contra os impostos sobre o sal.
Visitando a Inglaterra
O domínio colonial britânico
durou mais de duzentos anos. Os indianos eram considerados cidadãos
de segunda classe.
Em 1930, Gandhi viaja a Londres para pedir
que a Inglaterra conceda independência à Índia. Lá,
visita bairros operários.
"Sei que guardarei para sempre, em
meu coração, a lembrança da acolhida que recebi do
povo pobre de East London", diz Gandhi.
Ao retornar à Índia, é
recebido em triunfo por milhares de pessoas, ainda que nada de muito significativo
tenha resultado da viagem.
Gandhi anuncia à multidão
que pretende continuar em sua campanha pela desobediência civil, para
obrigar a Inglaterra a dar a independência à Índia.
Os britânicos, outra vez, o mandam para a prisão.
Em 1942 o governo inglês manda para
Nova Delhi Sir Stafford Cripps, com a missão de negociar com Gandhi.
As propostas que Sir Cripps traz são inaceitáveis para Gandhi,
que deseja independência total. Gandhi retoma a campanha pela desobediência
civil. Desta vez é preso e condenado a dois anos de cadeia.
Quando Lord Louis Mountbatten torna-se vice-rei,
aproxima-se de Gandhi e nasce, entre Gandhi, Lord e Lady Mountbatten, uma
grande amizade.
Em 1947, é proclamada a independência
da Índia, mas no verão desse mesmo ano, a hostilidade entre
hindus e muçulmanos atinge o auge do fanatismo. Nas ruas há
milhares de cadáveres. Os muçulmanos reivindicam um Estado
independente, o Paquistão. Gandhi tenta restabelecer a paz e evitar
a luta entre hindus e muçulmanos, aceitando a divisão do país
e dando início a uma décima-quinta greve de fome. O sacrifício
pessoal de Gandhi e sua firmeza conseguem o que nem os políticos
nem o exército conseguiram: a Índia conquista sua independência
e é criado o Estado muçulmano do Paquistão. A divisão
atrai para ele o ódio dos nacioinalistas hindus.
Gandhi morre em 30 de janeiro de 1948,
assassinado por um hindu. Estava com 78 anos. Lord e Lady Mountbatten, ao
lado de um milhão de indianos, comparecem ao funeral. Parte de suas
cinzas são lançadas às águas sagradas do Rio
Jumna.
Em janeiro de 1996, parte das cinzas de
Mahatma Gandhi é lançada no Rio Ganges, na cidade de Allahabad,
local sagrado para os hinduístas. A cerimônia acontece no 49º
aniversário de morte do líder pacifista.
Gandhi foi um pacifista convicto e sempre
pregou uma doutrina de não-violência. Desejava que a paz reinasse
entre hindus e muçulmanos; entre indianos e ingleses e entre toda
a humanidade, por isso e muito mais, o "Mahatma Gandhi" permanecerá,
para sempre, como símbolo da resistência pela NÃO-VIOLÊNCIA.
Sobre
a Revolução Não Violenta de Mahatma Gandhi
" Gandhi continua o que o Buddha começou. Em Buddha
o espírito é o jogo do amor isto é, a tarefa de criar condições espirituais diferentes no
mundo; Gandhi dedica-se a transformar as condições existenciais" (Albert
Schweitzer)
"
Não violência é a lei de nossa espécie, assim como a violência é a lei do
bruto. O espírito, dormente no bruto, não sabe nenhuma lei que não a do poder físico. A dignidade de homem requer obediência a uma
lei mais alta - a força do espírito ".
(Mahatma Gandhi)
(Mahatma Gandhi)
"
Se o homem perceber que é desumano obedecer a leis que são injustas, a tirania de nenhum homem o escravizará".
(Mahatma Gandhi)
(Mahatma Gandhi)
"Não
pode haver nenhuma paz interior sem o verdadeiro conhecimento ".
(Mahatma Gandhi)
(Mahatma Gandhi)
"Para
a autodefesa, eu restabeleceria a cultura espiritual. A melhor autodefesa, e a mais duradoura, é a autopurificação
".
(Mahatma Gandhi)
(Mahatma Gandhi)
Pensamentos
de Mahatma Gandhi
- "O desejo sincero e profundo do coração é sempre realizado; em minha própria vida tenho sempre verificado a certeza disto."
- "Creio poder afirmar, sem arrogância e com a devida humildade, que a minha mensagem e os meus métodos são válidos, em sua essência, para todo o mundo."
- "Acho que vai certo método através das minhas incoerências. Creio que há uma coerência que passa por todas as minhas incoerências, assim como há na natureza uma unidade que permeia as aparentes diversidades."
- "As enfermidades são os resultados, não só dos nossos atos, como também dos nossos pensamentos."
- "Satyagraha - a força do espírito - não depende do número, depende do grau de firmeza."
- "Satyagraha e Ahimsa são como duas faces da mesma medalha, ou melhor, como as duas cades de um pequeno disco de metal liso e sem incisões. Quem poderá dizer qual é a certa? A não-violência é o meio. A Verdade, o fim."
- "A minha vida é um Todo indivisível, e todos os meus atos convergem uns nos outros; e todos eles nascem do insaciável amor que tenho para com toda a humanidade."
- "Uma coisa lançou profundas raízes em mim: a convicção de que a moral é o fundamento das coisas, e a verdade, a substância de qualquer moral. A verdade tornou-se meu único objetivo. Ganhou importância a cada dia. E também a minha definição dela se foi constantemente ampliando."
- "Minha devoção à verdade empurrou-me para a política; e posso dizer, sem a mínima hesitação, e também com toda a humildade que, não entendem nada de religião aqueles que afirmam que ela nada tem a ver com a política."
- "A minha preocupação não está em ser coerente com as minhas afirmações anteriores sobre determinado problema, mas em ser coerente com a verdade."
- "O erro não se torna verdade por se difundir e multiplicar facilmente. Do mesmo modo, a verdade não se torna erro pelo fato de ninguém a ver."
- "O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente, que há no mundo."
- "O Amor e a verdade estão tão unidos entre si que é praticamente impossível separá-los. São como duas faces da mesma medalha."
- "O ahimsa (amor) não é somente um estado negativo que consiste em não fazer o mal, mas também um estado positivo que consiste em amar, em fazer o bem a todos, inclusive a quem faz o mal."
- "O ahimsa não é coisa tão fácil. É mais fácil dançar sobre uma corda que sobre o fio da ahimsa."
- "Só podemos vencer o adversário com o amor, nunca com o ódio."
- "A única maneira de castigar quem se ama é sofrer em seu lugar."
- "É o sofrimento, e só o sofrimento, que abre no homem a compreensão interior."
- "Unir a mais firme resistência ao mal com a maior benevolência para com o malfeitor. Não existe outro modo de purificar o mundo."
- "A minha natural inclinação para cuidar dos doentes transformou-se aos poucos em paixão; a tal ponto que muitas vezes fui obrigado a descuidar o meu trabalho. . ."
- "A não-violência é a mais alta qualidade de oração. A riqueza não pode consegui-la, a cólera foge dela, o orgulho devora-a, a gula e a luxúria ofuscam-na, a mentira a esvazia, toda a pressão não justificada a compromete."
- "Não-violência não quer dizer renúncia a toda forma de luta contra o mal. Pelo contrário. A não-violência, pelo menos como eu a concebo, é uma luta ainda mais ativa e real que a própria lei do talião - mas em plano moral."
- "A não-violência não pode ser definida como um método passivo ou inativo. É um movimento bem mais ativo que outros que exigem o uso das armas. A verdade e a não-violência são, talvez, as forças mais ativas de que o mundo dispõe."
- "Para tornar-se verdadeira força, a não-violência deve nascer do espírito."
- "Creio que a não-violência seja infinitamente superior à violência, e que o perdão seja bem mais viril que o castigo..."
- "A não-violência, em sua concepção dinâmica, significa sofrimento consciente. Não quer absolutamente dizer submissão humilde à vontade do malfeitor, mas um empenho, com todo o ânimo, contra o tirano. Assim, um só indivíduo, tendo como base esta lei, pode desafiar os poderes de um império injusto para salvar a própria honra, a própria religião, a própria alma e adiantar as premissas para a queda e a regeneração desse mesmo império."
- "O método da não-violência pode parecer demorado, muito demorado, mas eu estou convencido de que é o mais rápido."
- "Após meio século de experiência, sei que a humanidade não pode ser libertada senão pela não-violência. Se bem entendi, é esta a lição central do cristianismo."
- "Só se adquire perfeita saúde vivendo na obediência às leis da Natureza. A verdadeira felicidade é impossível sem a verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é impossível sem rigoroso controle da gula. Todos os demais sentidos estarão automaticamente sujeitos a controle quando a gula estiver sob controle. Aquele que domina os próprios sentidos conquistou o mundo inteiro e tornou-se parte harmoniosa da natureza."
- "A civilização, no sentido real da palavra, não consiste na multiplicação, mas na vontade de espontânea limitação das necessidades. Só essa espontânea limitação acarreta a felicidade e a verdadeira satisfação. E aumenta a capacidade de servir."
- "É injusto e imoral tentar fugir às conseqüências dos próprios atos. É justo que a pessoa que come em demasia se sinta mal ou jejue. É injusto que quem cede aos próprios apetites fuja às conseqüências, tomando tônicos ou outros remédios. É ainda mais injusto que uma pessoa ceda às próprias paixões animalescas e fuja às conseqüências dos próprios atos."
- "A Natureza é inexorável, e vingar-se-á completamente de uma tal violação de suas leis."
- "Aprendi, graças a uma amarga experiência, a única suprema lição: controlar a ira. E do mesmo modo que o calor conservado se transforma em energia, assim a nossa ira controlada pode transformar-se em uma função capaz de mover o mundo. Não é que eu não me ire ou perca o controle. O que eu não dou é campo à ira. Cultivo a paciência e a mansidão e, de uma maneira geral, consigo. Mas quando a ira me assalta, limito-me a controlá-la. Como consigo? É um hábito que cada um deve adquirir e cultivar com uma prática assídua."
- "O silêncio já se tornou para mim uma necessidade física espiritual. Inicialmente escolhi-o para aliviar-me da depressão. A seguir precisei de tempo para escrever. Após havê-lo praticado por certo tempo descobri, todavia, seu valor espiritual. E, de repente, dei conta de que eram esses momentos em que melhor podia comunicar-me com Deus. Agora, sinto-me como se tivesse sido feito para o silêncio."
- "Aqueles que têm um grande autocontrole, ou que estão totalmente absortos no trabalho, falam pouco. Palavra e ação juntas não andam bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em silêncio."
- "Aquele que não é capaz de governar a si mesmo, não será capaz de governar os outros."
- "Quem sabe concentrar-se numa coisa e insistir nela como único objetivo, obtém, ao cabo, a capacidade de fazer qualquer coisa."
- "A verdadeira educação consiste em pôr a descoberto ou fazer atualizar o melhor de uma pessoa. Que livro melhor que o livro da humanidade ?"
- "Não quero que minha casa seja cercada por muros de todos os lados e que as minhas janelas esteja tapadas. Quero que as culturas de todos os povos andem pela minha casa com o máximo de liberdade possível."
- "Nada mais longe do meu pensamento que a idéia de fechar-me e erguer barreiras. Mas afirmo, com todo respeito, que o apreço pelas demais culturas pode convenientemente seguir, e nunca anteceder, o apreço e a assimilação da nossa. (...) Um aprendizado acadêmico, não baseado na prática, é como um cadáver embalsamado, talvez para ser visto, mas que não inspira nem nobilita nada. A minha religião proíbe-me de diminuir ou desprezar as outras culturas, e insiste, sob pena de suicídio civil, na necessidade de assimilar e viver a vida."
- "Ler e escrever, por si, não são educação. Eu iniciaria a educação da criança, portanto, ensinando-lhe um trabalho manual útil, e colocando-a em grau de produzir desde o momento em que começa sua educação. Desse modo, todas as escolas poderiam tornar-se auto-suficientes, com a condição de o Estado comprar os manufaturados."
- "Acredito que um tal sistema educativo permitira o mais alto desenvolvimento da mente e da alma. É preciso, porém, que o trabalho manual não seja ensinado apenas mecanicamente, como se faz hoje, mas cientificamente, isto é, a criança deveria saber o porquê e o como de cada operação."
- "Os olhos, os ouvidos e a língua vêm antes da mão. Ler vem antes de escrever e desenhar antes de traçar as letras do alfabeto."
- "Se seguirmos este método, a compreensão das crianças terá a oportunidade de se desenvolver melhor do que quando é freada, iniciando-se a instrução pelo alfabeto."
- "Odeio o privilégio e o monopólio. Para mim, tudo o que não pode ser dividido com as multidões é 'tabu'."
- "A desobediência civil é um direito intrínseco do cidadão. Não ouse renunciar, se não quer deixar de ser homem. A desobediência civil nunca é seguida pela anarquia. Só a desobediência criminal deve ser reprimida com a força. Reprimir a desobediência civil é tentar encarcerar a consciência."
- "Todo aquele que possui coisas de que não precisa é um ladrão."
- "Quem busca a verdade, quem obedece a lei do amor, não pode estar preocupado com o amanhã."
- "As divergências de opinião não devem significar hostilidade. Se fosse assim, minha mulher e eu deveríamos ser inimigos figadais. Não conheço duas pessoas no mundo que não tenham tido divergências de opinião. Como seguidor da Gita (Bhagavad Gita), sempre procurei nutrir pelos que discordam de mim o mesmo afeto que nutro pelos que me são mais queridos e vizinhos."
- "Continuarei confessando os erros cometidos. O único tirano que aceito neste mundo é a "silenciosa e pequena voz" dentro de mim. Embora tenha que enfrentar a perspectiva de formar minoria de um só, creio humildemente que tenho coragem de encontrar-me numa minoria tão desesperadora."
- "Nas questões de consciência a lei da maioria não conta."
- "Estou firmemente convencido de que só se perde a liberdade por culpa da própria fraqueza."
- "Acredito na essencial unidade do homem e, portanto, na unidade de tudo o que vive. Por conseguinte, se um homem progredir espiritualmente, o mundo inteiro progride com ele, e se um homem cai, o mundo inteiro cai em igual medida."
- "Minha missão não se esgota na fraternidade entre os indianos. A minha missão não está simplesmente na libertação da Índia, embora ela absorva, em prática, toda a minha vida e todo o meu tempo. Por meio da libertação da Índia espero atuar e desenvolver a missão da fraternidade entre os homens."
- "O meu patriotismo não é exclusivo. Engloba tudo. Eu repudiaria o patriotismo que procurasse apoio na miséria ou na exploração de outras nações. O patriotismo que eu concebo não vale nada se não se conciliar sempre, sem exceções, com o bem maior e com a paz de toda a humanidade."
- "A mulher deve deixar de se considerar o objeto da concupiscência do homem. O remédio está em suas mãos, mais que nas mãos do homem."
- "Uma vida sem religião é como um barco sem leme."
- "A fé – um sexto sentido – transcende o intelecto sem contradizê-lo."
- "A minha fé, nas densas trevas, resplandece mais viva."
- "Somente podemos sentir deus destacando-nos dos sentidos."
- "O que eu quero alcançar, o ideal que sempre almejei com sofreguidão (...) é conseguir o meu pleno desenvolvimento, ver Deus face-a-face, conseguir a libertação do Eu."
- "Orar não é pedir. Orar é a respiração da alma."
- "A oração salvou-me a vida. Sem a oração teria ficado muito tempo sem fé. Ela salvou-me do desespero. Com o tempo a minha fé aumentou e a necessidade de orar tornou-se mais irresistível... A minha paz muitas vezes causa inveja. Ela vem-me da oração. Eu sou um homem de oração. Como o corpo se não for lavado fica sujo, assim a alma sem oração se torna impura."
- "O Jejum é a oração mais dolorosa e também a mais sincera e compensadora."
- "O Jejum é uma arma potente. Nem todos podem usá-la. Simples resistência física não significa aptidão para jejum. O Jejum não tem absolutamente sentido sem fé em Deus."
- "Para mim, nada mais purificador e fortificante que um jejum."
- "Os meus adversários serão obrigados a reconhecer que tenho razão. A verdade triunfará. . . Até agora todos os meus jejuns foram maravilhosos: não digo em sentido material, mas por aquilo que acontece dentro de mim. É uma paz celestial."
- "Jejum para purificar a si mesmo e aos outros é uma antiga regra que durará enquanto o homem acreditar em Deus."
- "Tenho profunda fé no método de jejum particular e público. . . Sofrer, mesmo até a morte e, portanto, mesmo mediante um jejum perpétuo, é a arma extrema do satyagrahi. É o último dever que podemos cumprir. O Jejum faz parte de meu ser, como acontece, em maior ou menor escala, com todos os que procuraram a verdade. Eu estou fazendo uma experiência de ahimsa em vasta escala, uma experiência talvez até hoje desconhecida pela história."
- "Quem quer levar uma vida pura deve estar sempre pronto para o sacrifício."
- "O dever do sacrifício não nos obriga a abandonar o mundo e a retirar-nos para uma floresta, e sim a estar sempre prontos a sacrificar-nos pelos outros."
- "Quem venceu o medo da morte venceu todos os outros medos."
- "Os louvores do mundo não me agradam; pelo contrário, muitas vezes me entristecem."
- "Quando ouço gritar Mahatma Gandhi Ki jai, cada som desta frase me transpassa o coração como se fosse uma flecha. Se pensasse, embora por um só instante, que tais gritos podem merecer-me o swaraj; conseguiria aceitar o meu sofrimento. Mas quando constato que as pessoas perdem tempo e gastam energias em aclamações vãs, e passam ao longo quando se trata de trabalho, gostaria que, em vez de gritarem meu nome, me acendessem uma pira fúnebre, na qual eu pudesse subir para apagar, de uma vez por todas, o fogo que arde no coração."
- "Uma civilização é julgada pelo tratamento que dispensa às minorias."
- "Sei, por experiência, que a castidade é fácil para quem é senhor de si mesmo."
- "O brahmacharya é o controle dos sentidos no pensamento, nas palavras, e na ação. . . O que a ele aspira não deixará nunca de ter consciência de suas faltas, não deixará nunca de perseguir as paixões que se aninham ainda nos ângulos escuros de seu coração, e lutará sem trégua pela total libertação."
- "O brahmacharya, como todas as outras regras, deve ser observado nos pensamentos, nas palavras e nas ações. Lemos na Gita, e a experiência confirma-no-lo todos os dias, que quem domina o próprio corpo, mas alimenta maus pensamentos, faz um esforço vão. Quando o espírito se dispersa, o corpo inteiro, cedo ou tarde, o segue na perdição.
- "Por vezes pensa-se que é muito difícil, ou quase impossível, conservar castidade. O motivo desta falsa opinião é que, freqüentemente, a palavra castidade é entendida em sentido limitado demais." Pensa-se que a castidade é o domínio das paixões animalescas. Esta idéia de castidade é incompleta e falsa.
- "Vivo pela libertação da índia e morreria por ela, pois é parte da verdade. Só uma Índia livre pode adorar o Deus verdadeiro. Trabalho pela libertação da Índia porque o meu Swadeshi me ensina que, tendo nascido e herdado sua cultura, sou mais apto a servir à Índia e ela tem prioridade de direitos aos meus serviços. Mas o meu patriotismo não é exclusivo; não tem por meta apenas não fazer mal a ninguém, mas fazer bem a todos no verdadeiro sentido da palavra. A libertação da Índia, como eu a concebo, não poderá nunca constituir ameaça para o mundo."
- "Possuo a não-violência do corajoso? Só a morte dirá. Se me matarem e eu conseguir ter, uma oração nos lábios pelo meu assassino e o pensamento em Deus, ciente da sua presença viva no santuário do meu coração, então, e só então, poder-se-á dizer que possuo a não-violência do corajoso."
- "Não desejo morrer pela paralisação progressiva das minhas faculdades, como um homem vencido. A bala de meu assassino poderia pôr fim à minha vida. Acolhê-la-ia com alegria."
- "A regra de ouro consiste em sermos amigos do mundo e em nos considerarmos uma grande família humana. Quem faz distinção entre os fiéis da própria religião e os de outra, deseduca os membros da sua religião e abre caminho para o abandono, a irreligião."
- "A força de um homem e de um povo está na não-violência. Experimentem. "
Buda!!
O Buda, quem foi ele?
Há cerca de 2.500, nasceu Siddhartha Gautama, filho único do grande rei Sudodana e da bela rainha Maya de Kapilavasthu, no norte da Índia, próximo ao atual Nepal . Lá vivia o clã dos Sakyas.
De acordo com os costumes da época, uma mulher que estivesse para ter um filho deveria retornar à casa dos pais.
Durante a viagem, a comitiva parou num jardim chamado Lumbini para um breve descanso. Mas, enquanto a rainha repousava embaixo de uma árvore começou sentir dores e entrou em estado de parto. Em seguida deu à luz a um belo menino.
Uma semana após o nascimento do príncipe, sua mãe, a rainha Maya adoecia e morria. A partir daí o menino passaria a ser criado pela Princesa Prajapati.
Os pais lhe deram o nome de Siddharta Gautma. Siddharta significa "desejo satisfeito".
Siddhartha foi um menino como outro qualquer, cheio de energia e ambição. Recebeu a melhor educação possível na época, por ser o príncipe herdeiro. Dentre os cavaleiros, era o melhor, excelente arqueiro e lutador, bem como gênio mental.
Ao crescer, interessou-se em descobrir a causa de todos os sofrimentos da vida. Perdeu o interesse pelos esportes e pela política e, apesar do pedido do pai, para que assumisse o trono, abandonou o belo palácio paterno e tornou-se um buscador da verdade. Tinha então 29 anos.
Percorreu todo o país nos seis anos seguintes, procurando mestres e ensinamentos através dos quais pudesse resolver os muitos problemas da vida. Primeiro, foi aos brânames e tentou, com sua filosofia, resolver os problemas humanos. Depois estudou com um grupo de ascetas, adotando sua vida severa e contemplativa. E assim ele prosseguiu, durante seis anos, estudando todas as escolas de religião e filosofia; inutilmente, no entanto. Nenhuma daquelas escolas lhe oferecia uma resposta satisfatória.
Certo dia, depois de banhar-se nas águas do Nairanjana, sentou-se sob uma figueira e meditou, e ali, após aqueles anos de observação e experiência, finalmente descobriu a verdade, alcançou a iluminação e chamou a si mesmo de Buda. Tinha então 35 anos. Até aquele momento, o príncipe Sidarta não era Buda.
"Buda" é um termo sânscrito que significa "O Iluminado". Buda não foi uma divindade, nem qualquer espécie de deus, nem um profeta como há em muitas outras religiões. Buda foi um homem que encontrou a verdade e viveu a verdade.
Buda viveu até os 80 anos e, assim, durante quarenta e cinco anos, ensinou o caminho de vida que ele próprio encontrara. Foi um filósofo, psicólogo e líder espiritual prático e realista. Foi o primeiro a negar o sistema de castas, dizendo que um homem deve ser julgado por suas qualidades e não por seu nascimento. Portanto, contra o forte conformismo de sua época, foi corajoso o bastante para denunciar o rígido sistema de castas da Índia. Foi contra os complexos rituais religiosos daqueles dias; aboliu os conceitos antropomórficos e não acreditava na idéia dualística de um eu ou alma independente, enquanto entidade separada. Explicou que todas as coisas estão relacionadas umas às outras pela Lei de Causa e Efeito.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
O Anel
Quanto você vale?
- Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem-me que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?
O professor, sem olhá-lo, disse:
- Sinto muito meu jovem, mas não posso te ajudar, devo primeiro resolver o meu próprio problema. Talvez depois.
E fazendo uma pausa, falou:
- Se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois talvez possa te ajudar.
- C...claro, professor, gaguejou o jovem, que se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu professor. O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao garoto e disse:
- Monte no cavalo e vá até o mercado. Devo vender esse anel porque
tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.
tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.
O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado, começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel. Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saíam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel. Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.
Depois de oferecer a jóia a todos que passaram pelo mercado, abatido pelo fracasso montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação e seu professor e assim podendo receber ajuda e conselhos. Entrou na casa e disse:
- Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.
- Importante o que disse, meu jovem, contestou sorridente o mestre. - Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vendê-lo e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.
O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou-o com uma lupa, pesou-o e disse:
- Diga ao seu professor, se ele quiser vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.
O jovem, surpreso, exclamou:
- 58 MOEDAS DE OURO!!!
- Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo poderia oferecer cerca de 70 moedas , mas se a venda é urgente...
O jovem correu emocionado para a casa do professor para contar o que ocorreu.
- Sente-se, disse o professor, e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou, disse:
- Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um expert. Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor???
E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.
- Todos somos como esta jóia. Valiosos e únicos e andamos pelos mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.
fontehttp://www.possibilidades.com.br/parabolas/o_anel.asp
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Familia a Base de Tudo
Em dias violentos, ambiciosos e individualistas, ter pessoas em quem confiar cegamente é relamente uma dádiva. Em geral essas pessoas chamam-se amigos; e quais aqueles amigos mais fiéis, que sem dúvida estarão presentes até o fim? A família. No que consiste o termo "família" nos dias atuais e qual a importância dela na vida?
Família pode-se definir por um seleto grupo de pessoas capaz de trasmitir segurança, proteção e carinho a uma pessoa. Aqueles a quem ligar quando está-se precisando de algo, um abraço, ou para comemorar um momento bom. São aqueles com quem se divide a vida, aprende, compreende. É um sentimento universal que ajuda a superar as dificuldades, a enfrentar o munod de frente, com a certeza de que não se está sozinho. Pode-se observar bem a importância que a família tem quando analisa-se uma criança carente (digo carente, pois uma criança não precisa ser órfã para sentir-se sozinha no mundo). Em geral, essas crianças tornam-se inseguras, tristes e sem bases; justamente porque a família serve como um alicerce para que se possa crescer e gerar sua própria família. Uma criança que tem pais a preocupar-se consigo são, normalmente, mais carinhosas e tendem a preocupar-se com os outros. Já aquela que não recebe muita atenção - seja porque os pais são pobres e bêbados, que exigem da criança dinheiro de esmola; seja porque os pais são ricos e só preocupam-se com o serviço - tende a virar um adulto amargo e preocupado mais com si própio, visto que ninguém nunca o fizera por ele.
No entanto deve-se acrescentar que família não é necessariamente composta apenas por parentes; como pode-se observar no seguinte trecho da Bíblia: "há amigo mais chegado que um irmão" (prov: 18,24). Como citado anteriormente, uma criança não precisa ser órfã para sentir-se sozinha, entretanto, o contrário também é valido. Só porque se é órfão, não significa que ser-se-á sozinho e desamparado. Muitos órfãos recebem apoio de intituições, amigos, pais adotivos. Essas crianças são o exemplo de que família não é igual a sangue. Amigos, inclusive, são aqueles que, muitas vezes, dão o amparo que os próprios pais não conseguiriam dar.
Pode-se inferir, portanto, que família consiste em amparo, segurança, carinho; que constitui-se não só de membros consangüíneos, mas também de amigos, intituições e todo e qualquer fator que transmita-lhe segurança, até mesmo um animal de estimação! Infere-se também que a importância dessa é ser um alicerce para a construção do caráter.
ou seja,Família, base para uma sociedade com valores estabelecidos e estruturados. Ela é o ponto de partida para a construção de um mundo melhor, a maior referência que o ser humano deve buscar, pois a família foi edificado por Deus. É ali que se aprende a respeitar e valorizar as diferenças. A família representa muito na vida de alguém, ela é o refúgio, o amor, o afeto, o companheirismo, a educação, os valores e referenciais de vida através dos pais e irmãos. A representação da família na vida de alguém é algo que supera todas as nossas expectativas, afinal, é o lugar onde se constrói caráter e o alicerce para qualquer indivíduo. Quando não temos essa referência perdemos a essência e a beleza que é ter pessoas que estão sempre dispostas a nos ajudar, temos
Temos vivido tempos difíceis em que à família está perdendo o seu devido valor, homens e mulheres afirmando que o melhor é viver cada um para si, e não tem sido fácil conseguir uma família unida e feliz. Mas também temos vivido dias estimulantes porque cabe a cada um de nós construírmos e estabelecer as bases para a felicidade da própria família Fonte http://salavipp.blogspot.com/2010/10/familia-base-de-tudo.html
"EDUCAI AS CRIANÇAS E NÃO SERÁ PRECISO CASTIGAR OS HOMENS" - Pitágoras
Sustentabilidade – Você sabe o que significa essa palavra?
Ainda hoje, conceito não é absorvido de maneira global pela sociedade, sendo confinado a entendimentos rasos
Por: Fernando Credidio
Estamos ouvindo – e vamos ouvir cada vez mais – a palavra sustentabilidade. Ela está presente no ambiente corporativo, nas capas das revistas, nas manchetes dos jornais, nos comerciais de televisão, nas discussões acadêmicas e até nas rodas de amigos. Muita exposição e pouca explicação. Muito discurso e pouca prática.
Quando perguntada sobre o significado da palavra sustentabilidade, a expressiva maioria das pessoas demonstra desentendimento a respeito da expressão, fato preocupante, já que ela veio para modificar, em muito, a vida de todos. Desse conceito, depende a nossa própria sobrevivência no planeta.
Pesquisa divulgada pelo Ibope, no segundo semestre do ano passado, apontou que a maior parte dos cidadãos acredita que a sustentabilidade está relacionada à qualidade do produto, à gestão da empresa e ao quanto ela é tradicional e de confiança. Poucos mencionaram os outros aspectos que compõem uma política sustentável. A mesma pesquisa constatou que os cidadãos executam uma série de ações de maneira desarticulada. Alguns não adquirem produtos “piratas”, outros reciclam o lixo. Há ainda aqueles que racionam energia e os recursos hídricos.
Nas empresas acontece o mesmo, ainda que os empresários e executivos tenham se mostrado um pouco mais alinhados com o conceito de sustentabilidade que se trabalha hoje. Mesmo assim, 80% dos entrevistados enfatizou a gestão, focando mais no aspecto ético, no cumprimento das leis e na não-discriminação. Sustentabilidade também é isto, mas vai mais além.
Conceito
Em 1987, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente apresentou na ONU um diagnóstico dos problemas ambientais, cujo documento ficou conhecido como Relatório Brundtland. Ele propunha que o desenvolvimento econômico fosse integrado à questão ambiental. Foi quando apareceu, pela primeira vez, o conceito de sustentabilidade.
Como se vê, a definição não é tão nova assim. Ocorre que, à época, não se sabia bem o que propor. Existia o conceito, mas faltavam tecnologia e investimentos. Atualmente, temos ambos. Portanto, a oportunidade está em nossas mãos. Já possuímos as ferramentas necessárias para compreender, exatamente, quais são as conseqüências de cada ação nossa no planeta e, mais do que isto, partir do discurso para a ação.
Em suma, sustentabilidade é um conceito sistêmico que resulta e se reflete nas atitudes das pessoas, das organizações, e está diretamente ligada à sobrevivência do planeta. Para os mais pragmáticos, ela é o ponto de intersecção entre as estratégias de negócio de uma organização e os interesses de toda a sociedade. A definição mais difundida, contudo, é a da ONU, que define sustentabilidade como “o atendimento das necessidades das gerações atuais, sem comprometer a possibilidade de satisfação das necessidades das gerações futuras”.
Sustentabilidade significa, sobretudo, sobrevivência. Sobrevivência dos recursos naturais, dos empreendimentos e da própria sociedade. Não por acaso, ela está baseada no chamado Triple Bottom Line, uma expressão britânica sem tradução para o português, constituído por três pilares: o econômico, o social e o ambiental. Isto quer dizer que, para qualquer empreendimento se tornar viável, daqui para frente ele terá de ser socialmente justo, ambientalmente responsável e economicamente lucrativo. Dessa maneira, para que haja a perenidade do negócio, esses três componentes deverão estar, obrigatoriamente, presentes.
Sem lucro não existe sustentabilidade, porque o empreendimento não sobreviverá. A antiga oposição entre desenvolvimento e meio ambiente é coisa do passado; não há mais espaço para essa postura no século 21. O desenvolvimento econômico tem de ser sustentável. Se não for, não pode ser considerado desenvolvimento econômico.
Entretanto, a viabilidade econômica, por mais importante que seja, deve possuir um caráter puramente instrumental. O crescimento econômico não pode ser um fim em si mesmo, mas, sim, uma maneira de alcançar os objetivos sociais, respeitando a condicionalidade ambiental.
Desafios
A sustentabilidade não é mais uma questão para uma parcela da sociedade. Todos têm de participar. Como já foi dito, ela precisa ser entendida como uma garantia da manutenção dos recursos naturais, da sobrevivência da humanidade e das próprias empresas. O brasileiro tem a consciência muito clara, até intuitiva, a respeito do impacto de suas ações sobre o meio ambiente. O que ele ainda não desenvolveu é a percepção de que qualquer ação individual, da família, da rua, da vila, do bairro ou do município se repercute, de modo significativo, sobre o seu ambiente.
Paralelamente, no âmbito corporativo, a sustentabilidade ainda é encarada de maneira pontual e pulverizada, havendo dois grandes desafios a serem enfrentados. O primeiro diz respeito à disseminação do conceito, que precisa ser mais bem entendido e não confundido com o significado mais direto da responsabilidade social ou da filantropia, mas, sim, como um valor estratégico que garanta a perenidade da organização. O segundo grande desafio se refere à transparência das organizações ao se comunicarem com os seus diferentes públicos – a chamada prestação de contas, fundamentada em dados, métricas, séries históricas e metas, que, infelizmente, ainda não estão presentes na agenda empresarial.
Ainda assim, as mudanças já começaram. Propostas não faltam, nem questionamentos. Mas em um ponto todos concordam: é preciso fazer muito mais do que está sendo feito hoje. E as medidas devem ser urgentes. Estamos apenas no início das discussões. Falta um longo caminho pela frente. A mudança de atitude da sociedade e da cultura empresarial não se faz da noite para o dia. Então, é necessária uma visão de longo prazo e propostas ambiciosas. Ambiciosas, mas factíveis.
Vivemos um capítulo importante da História que todos devem ajudar a escrever. Neste momento, temos a obrigação de pensar sobre que tipo de mundo vamos deixar para as futuras gerações. A situação atual exige ações urgentes e traz desafios que precisam ser vencidos para a promoção do desenvolvimento econômico, ambiental e socialmente sustentável do Brasil e deste condomínio chamado Terra.
Fernando Credidio. Professor, articulista e consultor em sustentabilidade e comunicação e marketing para o Terceiro Setor, além de ministrar cursos e palestras por todo o país.
Publicado em Revista Filantropia – On-line – n. 170
Fonte http://andreysgorla.wordpress.com/2008/10/08/sustentabilidade-%E2%80%93-voce-sabe-o-que-significa-essa-palavra/
Exp:
“Costela de Adão”, planta típica da Amazônia, envolve o solado da sapatilha. Já Isabela Capeto escolheu como elemento de design as flores do Ipê, árvore tipicamente nacional, para formar as correntes da sandália de tiras. Vivienne Westwood apostou em um altíssimo mary-jane de plástico que imita couro de crocodilo
Nos anos de 2007 e 2009, o conceito da casa alemã foi vencedor do concurso Solar Decathlon, do Departamento de Energia dos Estados Unidos, voltado para casas sustentáveis e energias renováveis. O espaço, de aproximadamente 82 metros quadrados, apresenta um sistema de aproveitamento da energia solar que consiste em placas fotovoltaicas na fachada e na cobertura da casa, e também lâminas integradas nas persianas das janelas, que tanto protegem o interior da radiação solar e do calor quanto produzem toda a energia que mantém os eletrodomésticos, a iluminação e a ventilação dos cômodos.
Além da exposição, palestras e discussões acontecerão em uma tenda ao lado da casa. Vale a pena conferir.
Estamos ouvindo – e vamos ouvir cada vez mais – a palavra sustentabilidade. Ela está presente no ambiente corporativo, nas capas das revistas, nas manchetes dos jornais, nos comerciais de televisão, nas discussões acadêmicas e até nas rodas de amigos. Muita exposição e pouca explicação. Muito discurso e pouca prática.
Quando perguntada sobre o significado da palavra sustentabilidade, a expressiva maioria das pessoas demonstra desentendimento a respeito da expressão, fato preocupante, já que ela veio para modificar, em muito, a vida de todos. Desse conceito, depende a nossa própria sobrevivência no planeta.
Pesquisa divulgada pelo Ibope, no segundo semestre do ano passado, apontou que a maior parte dos cidadãos acredita que a sustentabilidade está relacionada à qualidade do produto, à gestão da empresa e ao quanto ela é tradicional e de confiança. Poucos mencionaram os outros aspectos que compõem uma política sustentável. A mesma pesquisa constatou que os cidadãos executam uma série de ações de maneira desarticulada. Alguns não adquirem produtos “piratas”, outros reciclam o lixo. Há ainda aqueles que racionam energia e os recursos hídricos.
Nas empresas acontece o mesmo, ainda que os empresários e executivos tenham se mostrado um pouco mais alinhados com o conceito de sustentabilidade que se trabalha hoje. Mesmo assim, 80% dos entrevistados enfatizou a gestão, focando mais no aspecto ético, no cumprimento das leis e na não-discriminação. Sustentabilidade também é isto, mas vai mais além.
Conceito
Em 1987, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente apresentou na ONU um diagnóstico dos problemas ambientais, cujo documento ficou conhecido como Relatório Brundtland. Ele propunha que o desenvolvimento econômico fosse integrado à questão ambiental. Foi quando apareceu, pela primeira vez, o conceito de sustentabilidade.
Como se vê, a definição não é tão nova assim. Ocorre que, à época, não se sabia bem o que propor. Existia o conceito, mas faltavam tecnologia e investimentos. Atualmente, temos ambos. Portanto, a oportunidade está em nossas mãos. Já possuímos as ferramentas necessárias para compreender, exatamente, quais são as conseqüências de cada ação nossa no planeta e, mais do que isto, partir do discurso para a ação.
Em suma, sustentabilidade é um conceito sistêmico que resulta e se reflete nas atitudes das pessoas, das organizações, e está diretamente ligada à sobrevivência do planeta. Para os mais pragmáticos, ela é o ponto de intersecção entre as estratégias de negócio de uma organização e os interesses de toda a sociedade. A definição mais difundida, contudo, é a da ONU, que define sustentabilidade como “o atendimento das necessidades das gerações atuais, sem comprometer a possibilidade de satisfação das necessidades das gerações futuras”.
Sustentabilidade significa, sobretudo, sobrevivência. Sobrevivência dos recursos naturais, dos empreendimentos e da própria sociedade. Não por acaso, ela está baseada no chamado Triple Bottom Line, uma expressão britânica sem tradução para o português, constituído por três pilares: o econômico, o social e o ambiental. Isto quer dizer que, para qualquer empreendimento se tornar viável, daqui para frente ele terá de ser socialmente justo, ambientalmente responsável e economicamente lucrativo. Dessa maneira, para que haja a perenidade do negócio, esses três componentes deverão estar, obrigatoriamente, presentes.
Sem lucro não existe sustentabilidade, porque o empreendimento não sobreviverá. A antiga oposição entre desenvolvimento e meio ambiente é coisa do passado; não há mais espaço para essa postura no século 21. O desenvolvimento econômico tem de ser sustentável. Se não for, não pode ser considerado desenvolvimento econômico.
Entretanto, a viabilidade econômica, por mais importante que seja, deve possuir um caráter puramente instrumental. O crescimento econômico não pode ser um fim em si mesmo, mas, sim, uma maneira de alcançar os objetivos sociais, respeitando a condicionalidade ambiental.
Desafios
A sustentabilidade não é mais uma questão para uma parcela da sociedade. Todos têm de participar. Como já foi dito, ela precisa ser entendida como uma garantia da manutenção dos recursos naturais, da sobrevivência da humanidade e das próprias empresas. O brasileiro tem a consciência muito clara, até intuitiva, a respeito do impacto de suas ações sobre o meio ambiente. O que ele ainda não desenvolveu é a percepção de que qualquer ação individual, da família, da rua, da vila, do bairro ou do município se repercute, de modo significativo, sobre o seu ambiente.
Paralelamente, no âmbito corporativo, a sustentabilidade ainda é encarada de maneira pontual e pulverizada, havendo dois grandes desafios a serem enfrentados. O primeiro diz respeito à disseminação do conceito, que precisa ser mais bem entendido e não confundido com o significado mais direto da responsabilidade social ou da filantropia, mas, sim, como um valor estratégico que garanta a perenidade da organização. O segundo grande desafio se refere à transparência das organizações ao se comunicarem com os seus diferentes públicos – a chamada prestação de contas, fundamentada em dados, métricas, séries históricas e metas, que, infelizmente, ainda não estão presentes na agenda empresarial.
“Sustentabilidade significa, sobretudo, sobrevivência. Sobrevivência dos recursos naturais, dos empreendimentos e da própria sociedade” |
Vivemos um capítulo importante da História que todos devem ajudar a escrever. Neste momento, temos a obrigação de pensar sobre que tipo de mundo vamos deixar para as futuras gerações. A situação atual exige ações urgentes e traz desafios que precisam ser vencidos para a promoção do desenvolvimento econômico, ambiental e socialmente sustentável do Brasil e deste condomínio chamado Terra.
Fernando Credidio. Professor, articulista e consultor em sustentabilidade e comunicação e marketing para o Terceiro Setor, além de ministrar cursos e palestras por todo o país.
Publicado em Revista Filantropia – On-line – n. 170
Fonte http://andreysgorla.wordpress.com/2008/10/08/sustentabilidade-%E2%80%93-voce-sabe-o-que-significa-essa-palavra/
Exp:
“Costela de Adão”, planta típica da Amazônia, envolve o solado da sapatilha. Já Isabela Capeto escolheu como elemento de design as flores do Ipê, árvore tipicamente nacional, para formar as correntes da sandália de tiras. Vivienne Westwood apostou em um altíssimo mary-jane de plástico que imita couro de crocodilo
Nos anos de 2007 e 2009, o conceito da casa alemã foi vencedor do concurso Solar Decathlon, do Departamento de Energia dos Estados Unidos, voltado para casas sustentáveis e energias renováveis. O espaço, de aproximadamente 82 metros quadrados, apresenta um sistema de aproveitamento da energia solar que consiste em placas fotovoltaicas na fachada e na cobertura da casa, e também lâminas integradas nas persianas das janelas, que tanto protegem o interior da radiação solar e do calor quanto produzem toda a energia que mantém os eletrodomésticos, a iluminação e a ventilação dos cômodos.
Além da exposição, palestras e discussões acontecerão em uma tenda ao lado da casa. Vale a pena conferir.
A arma secreta da China: Educação em massa
Em cinco capítulos, conto como a verdadeira arma da para se tornar potência mundial é seu sistema educacional baseado no mérito. Que grande lição para nós no Brasil!
CAPÍTULO 1: OS ALUNOS E SEUS PAIS
A história de Sun Juntao, de 16 anos, é entre milhões do fabuloso arsenal de educação em massa que une escolas, alunos e pais na China
Encontrei Sun Juntao, 16 anos, às 7h30 da manhã perto do ponto de ônibus onde desembarcava, em uma das tantas largas e movimentadas avenidas de Xangai, a maior metrópole chinesa. A caminho de sua primeira aula do dia, de matemática, Juntao estava paramentado com roupas de marcas esportivas, ostentava um ralo bigodinho do qual provavelmente se arrependerá no futuro e falava com aquela mistura de entusiasmo, ingenuidade, determinação e timidez próprios da adolescência. O extraordinário na era o fato de ser domingo e Juntao estar indo para uma escola particular, onde receberia aulas de reforço. Mais tarde lá estava ele, com mais vinte alunos sentados em duas fileiras de retangulares, separadas por um . A sala não tinha ar-condicionado, monitor de televisão, microfone ou outro aparato tecnológico: só mesas, cadeiras e uma lousa.
A aula era ministrada por um professor jovem, de 27 anos. Foi uma das aulas mais pesadas a que já assisti: sem fazer nenhuma concessão ao fato de ser um domingo de manhã, freneticamente o professor resolveu problemas de geometria por quase duas horas, sem intervalo, sem fazer muitas perguntas aos alunos nem esboçar algum sinal de senso de humor ou apelar para a espetacularização das aulas dos cursinhos brasileiros. Ninguém reclamou, nem se mexeu muito, nem saiu para ir ao banheiro. Depois daquela aula, um intervalo de dez minutos e mais duas horas de aula de química. Assim são todos os fins de semana de Juntao. Assim são os fins de semana de milhões e milhões de adolescentes chineses que lutam para superar milhões de colegas e entrar em uma universidade de primeira linha.
Juntao quer mais. Quer ser um dos melhores advogados do mundo, formar-se na China e fazer mestrado em Stanford, na Califórnia, do outro lado do Oceano Pacífico. Para chegar lá, ele precisa obter um ótimo resultado no Gao Kao, o temido e cobiçado exame nacional de admissão universitária. A nota no Gao Kao determina a universidade na qual o aluno será aceito. Por isso Juntao se esforça tanto. Ele acorda diariamente às 6 da manhã. Enfrenta um trajeto de quase uma hora de ônibus para chegar a sua escola. Entre 7h10 e 8 horas, lê com seus colegas livros didáticos da matéria que está estudando, em sala de aula, sem professor. Às 8 começam as aulas. Perto do meio-dia há uma pausa de uma hora e quinze minutos para o almoço, servido no refeitório da escola. À tarde, mais quatro períodos de aula. Às 5 ele vai para casa.
Chega por volta das 18h30. Durante uma hora, descansa, toma banho e janta. Aí faz o dever de casa por, normalmente, três horas diárias. Às 22h30 vai dormir, e o ciclo recomeça no dia seguinte. Descanso, só aos sábados, mas por poucos meses: no ano que vem ele fará Gao Kao e frequentará aulas de reforço aos sábados também. Como praticamente todos os jovens que encontrei, Juntao não tem namorada, não vai a baladas, não usa drogas e não fuma. Apesar do embaraço causado à minha tradutora, que só fez a pergunta depois da minha insistência quando o questionei sobre o que aconteceria se ele, involuntária e inadvertidamente, se apaixonasse por alguém nessa idade, a resposta veio rápida: “Espero até depois do Gao Kao”.
A obsessão dos chineses pelo estudo é o primeiro dado para entender a notícia, divulgada no fim do ano passado, que abalou profundamente toda a compreensão da educação no mundo: Xangai, província chinesa, tinha tirado o primeiro lugar em todas as áreas aferidas (matemática, ciências e leitura) no mais importante e respeitado teste internacional de qualidade educacional, chamado Pisa. O teste, realizado a cada três anos pela OCDE (o clube dos países desenvolvidos), mede o conhecimento de jovens de 15 anos de idade. Começou a ser realizado no ano 2000 em 32 países (entre eles o Brasil, que ficou em último lugar) e, na edição de 2009, contou com 65 participantes (ficamos novamente na rabeira: entre a 53ª e a 57ª posições).
Em suas edições anteriores, o topo do ranking era ocupado pelos suspeitos de sempre: Finlândia, Coreia do Sul, Japão, Canadá. O teste confirmava a crença de que renda e qualidade educacional estão intimamente associadas: só os países mais ricos do mundo conseguiriam produzir sistemas top de educação. Mesmo no teste de 2009, países de nível de desenvolvimento semelhante ao chinês ficaram muito atrás dos países ricos: na área de leitura, o foco da edição de 2009, a Turquia ficou em 41º lugar, a Rússia em 43º, o México em 48º e o Brasil em 53º. Xangai ficou em primeiro lugar, com uma dianteira considerável sobre todos os países desenvolvidos, em todas as áreas avaliadas.
Xangai é uma província e não um país, como a maioria dos outros participantes do teste. É uma província mais rica (com renda igual a duas vezes e meia a média chinesa). Mesmo com essas ressalvas, o feito é incrível. A renda per capita de Xangai em 2010 foi de 11 000 dólares. A Coreia do Sul, segundo lugar em leitura, tem renda de quase 21 000. A Finlândia, terceiro lugar, 44 000, quase a mesma de Cingapura, quinto lugar. A renda média de Xangai é igual à brasileira. Ainda que Xangai seja um pequeno pedaço da China (tem um sétimo da área do estado do Rio), com população de 19,2 milhões de pessoas, a província é maior do que 42 dos 65 países participantes do Pisa. É uma região bastante complexa: 11% de seus habitantes vivem na zona rural e 54% dos alunos das primeiras cinco séries são filhos de residentes que vieram de outras províncias para trabalhar em Xangai.
O governo dá as condições e as famílias cuidam de aproveitá-las da melhor maneira. A família de Juntao é um bom exemplo. A mãe trabalha em um escritório de contabilidade e o pai é assistente de logística em uma fábrica. Eles estudaram até o fim do ensino médio. Seus avós maternos foram agricultores, os paternos, operários – estudaram só até o fim do ensino fundamental. Juntao, filho único, mora com os pais em uma quitinete de 40 metros quadrados . O rapaz tem um quarto só para si, para que possa se concentrar nos estudos. Apesar da renda módica dos pais, eles é que pagam as escolas de reforço do filho, e também seus estudos. Na China, só os níveis compulsórios de ensino – do primeiro ao nono ano – são gratuitos. Os três anos de ensino médio são pagos, até nas escolas públicas. Mesmo nos níveis gratuitos, os pais pagam o uniforme, o transporte e a alimentação. O estado dá apenas os livros. Juntao é um bom aluno – média em torno de 7,5 –, mas sua mãe cobra notas melhores. Até quando tira um 9 ou 10, ela diz: “Bom, mas precisa manter o mesmo nível”. O envolvimento emocional e financeiro das famílias chinesas para garantir uma educação de qualidade aos filhos nos proporciona uma grande lição.
CAPÍTULO 2: A SALA DE AULA
A escola tem de ser limpa, silenciosa, simples e eficiente
Três grandes diferenças saltam aos olhos em relação às salas de aula do Brasil. A primeira é que, tanto em Xangai quanto em Pequim, há uma bandeira nacional sobre todo quadro-negro. A segunda é o uso constante do software de apresentação Power Point. A terceira é a vassoura e a pá no fundo de todas as salas. Antes de irem para casa, os alunos têm de deixar a sala de aula limpa. Equipes de limpeza só agem nas áreas comuns.
Acompanhei várias aulas de diversas séries. A liturgia é a mesma. A professora nunca se atrasa, nem os alunos. A professora, de pé, se inclina em direção à classe e diz: “Bom dia, alunos”. Os alunos, então, se levantam, se inclinam em direção à professora e, em uníssono, respondem: “Bom dia, professora”. Não há “turma do fundão”, conversas paralelas nem problemas de disciplina. Para quem está acostumado com salas de aula em que uma minoria presta atenção e vários outros grupelhos paralelos se formam, cada qual falando sobre o seu assunto, é um espanto ver uma sala de aula com rigor chinês.
NO BRASIL AINDA SE CONFUNDE ORDEM COM AUTORITARISMO E A DESORDEM É CONFUNDIDA COM LIBERALIDADE. DESSA CONFUSÃO MENTAL DIFICILMENTE SAI UMA AULA QUE PRESTE.
Também não há chamada nas aulas chinesas. Cada turma tem um professor encarregado do contato aprofundado com os alunos e sua família. Uma vez por dia, em horário aleatório, o professor responsável passa pela turma. Se nota uma ausência, ele telefona para os pais do faltante. É um detalhe simples, mas pense em seu efeito. Se um professor tem oito períodos por dia e gasta, digamos, três minutos fazendo a chamada, quase meia hora de aula do dia terá sido desperdiçada com a verificação de presença.
CAPÍTULO 3: OS PROFESSORES
São todos adeptos do gênio Albert Einstein: o sucesso vem de 1% de inspiração e de 99% de transpiração
Se raramente um aluno falta, um professor, nunca. Cui Minghua, 55 anos, diretora de escola em Pequim, contou-me estar na carreira há 32 anos, dos quais mais de vinte como professora. Em todo esse tempo, tirou uma única licença médica para se submeter a uma operação. Fora isso, jamais deixou de cumprir seu dever diário de educar.
Não há nada de especial na carreira de professor em Xangai. O salário não é exatamente atraente. Nos três primeiros anos de carreira, fica entre 30 000 e 40 000 iuanes por ano, ou algo entre 400 e 500 dólares por mês, quase metade da renda média salarial da região. Nessa fase, muitos professores recorrem a outros trabalhos para complementar a renda. Os melhores podem até dobrá-la dando aulas particulares ou em escolas de reforço. Os professores de nível médio recebem 72 000 iuanes por ano. Os melhores entre eles ganham 90 000. Os bônus por desempenho acima da média podem chegar a 40% do valor do salário. Mas lá, assim como cá, ninguém se torna professor pelo salário.
FORMAÇÃO DOS PROFESSORES
As diferenças com o Brasil começam na formação do professor. São três grandes diferenças. A primeira é que, na China, a prática de sala de aula se faz muito mais presente do que no Brasil. Ela começa já no segundo ano do curso, quando o futuro professor acompanha aulas em escolas regulares duas vezes por semana durante oito semanas e depois faz estágio de meio ano no penúltimo semestre do curso. A segunda é que as escolas chinesas são mais pragmáticas e diversificadas na escolha de seus pensadores pedagógicos. Há um esforço constante de se abrir ao mundo e ver o que funciona, e pinçar de cada lugar as melhores ideias. O Brasil ainda é dominado quase inteiramente pelo construtivismo. A terceira, e mais decisiva, é a ideologia. Nas escolas chinesas os estudantes têm seu momento diário patriótico e de louvação do Partido Comunista, mas, findo esse ritual, a ideologia sai de cena.
NO BRASIL, OS PROFESSORES SÃO FORMADOS EM UNIVERSIDADES TISNADAS POR IDEOLOGIAS DE ESQUERDA E INSTADOS A NUNCA SER “NEUTROS”, NEM NAS AULAS DE MATEMÁTICA OU DE FÍSICA. E ELES ACREDITAM NISSO. É O DESASTRE COSTUMEIRO.
As universidades chinesas entregam professores competentes ao mercado, mas o que os torna excepcionais é o ritmo imenso e colaborativo de trabalho ao qual se submetem quando chegam às escolas. Aí eles passam a integrar um “grupo de estudos dos professores”, que é sem dúvida a inovação mais importante da educação chinesa. Cada professor faz parte de três grupos de estudo. Um com os colegas que ensinam a mesma matéria para a mesma série, que se encontra uma vez por semana para preparar as aulas. O segundo grupo é formado pelos colegas de disciplina de todas as séries da mesma escola. Esse se encontra duas vezes ao mês.
O terceiro é formado pelos professores da mesma disciplina e série do seu bairro, que também se encontra duas vezes por mês. Nesses dois últimos grupos, o objetivo é compartilhar práticas de ensino de sucesso. Somando os três grupos, é um regime exigente: são duas reuniões por semana, toda semana. A maioria desses encontros leva entre duas e três horas.
O papel desses grupos é fundamental. Faz com que as melhores técnicas sejam rapidamente compartilhadas em toda a rede, cria uma saudável competição entre professores (os portadores das melhores práticas recebem bônus) e ao mesmo tempo provê uma rede de apoio e compartilhamento para todos os professores, ao contrário do isolamento e do desamparo que vitimam seus colegas brasileiros.
CAPÍTULO 4: O EMPUXO HISTÓRICO E CULTURAL
Os chineses sentem que têm contas a acertar com o seu passado, e isso torna sua ascensão mais obstinada, sua tolerância por sacrifícios maior e sua determinação de voltar a rivalizar com as potências coloniais que humilharam a China ainda mais sólida
No meu terceiro dia na China, nosso taxista estava ouvindo um programa de rádio que, pelo tom lento e voz pausada do narrador, me chamou atenção. Perguntei à tradutora do que se tratava e ela me disse que era uma aula de história sobre a dinastia Ming (1368-1644). Imagino que a China seja o único país do mundo em que essa cena possa acontecer. É um país completamente embebido em sua longuíssima história. Quando a dinastia Ming começou, o Brasil ainda era mata virgem e a Europa era uma colcha de principados feudais na Idade das Trevas, mas a China já era um império unificado havia 1 500 anos, já tendo passado por dois períodos de apogeu – as dinastias Han (206 a .C. a 220) e Tang (618-907) – e inventado a pólvora, o papel-moeda e a impressão por prensa móvel. Ajuda muito, portanto, um passado de glórias intelectuais e de apreço pelo estudo e pela disciplina. Graças a seus sábios oficiais, os mandarins, a China foi uma potência mundial, muito superior aos povos vizinhos, que tratava como bárbaros ou súditos, jamais como rivais. Voltar a ser uma potência pelo poder do estudo e do intelecto é para a China apenas uma volta ao passado glorioso.
CAPÍTULO 5: AS POLÍTICAS PÚBLICAS
Sob Mao Tsé-tung, o estado chinês tentou sufocar o pensamento, a técnica e o saber. Chamaram essa loucura de Revolução Cultural. Agora o esforço é todo na direção correta
O baixo custo relativo é o maior contraste do caso brasileiro com a arrancada chinesa rumo a uma educação que leve o país ao posto de potência mundial de primeira linha. Em 2009, o governo chinês gastou 3,6% do PIB em educação. O setor educacional público brasileiro aumentou seu gasto de 4,1% para 5,3% do PIB nos últimos sete anos e, mesmo com a qualidade do ensino não tendo melhorado em nível remotamente semelhante, a propaganda oficial continua aferrada a esses números como a um triunfo definitivo. Não é. O limite da profundidade do nosso debate sobre educação parece se esgotar na discussão da meta de gastos. Estaremos gastando 7% ou 10% do PIB em educação daqui a dez anos?
A China sacrifica as ideologias sempre que elas conflitam com a busca de resultado. Na educação, isso se expressa na definição do papel do professor. A China se deu conta de que precisava de professores bons e em grande quantidade. Dadas suas carências, montou um sistema em que o professor sai da faculdade mediano, e então é constantemente trabalhado e ajudado para que consiga ministrar aulas excepcionais. Um sistema em que os bons professores e as boas escolas subjugam os maus mestres das escolas ruins. Os chineses entenderam que é melhor ter quarenta alunos com um bom professor do que duas turmas de vinte, uma bem ensinada e outra sob a batuta de um incapaz. O professor é o centro gravitacional de todo o sistema. Pragmatismo, meritocracia, professores bem formados e premiados com dinheiro pelo bom desempenho, estudantes disciplinados e motivados por suas famílias. Essa é a fórmula do combustível da arma secreta chinesa para conquistar o mundo: a educação.
Fonte: Veja - 19/12/2011 - Gustavo Ioschpe
COMENTÁRIO: Enquanto isso na America Latina a maioria dos governos faz o voto da pobreza política. Atualmente a pobreza com a influência do rádio e da televisão, principalmente do marketing político é uma categoria social que cada vez mais decide as eleições.
Um artigo publicado pelo jornal venezuelano EL Universal sobre a pobreza faz uma análise crítica dos programas sociais.
"O assistencialismo promove um espírito de ação coletiva não exigir esforço pessoal em obter esses benefícios. Quando a fonte de financiamento é escassa, como pode suceder, a pobreza se acentua pelo fato de que o beneficiário é incapaz de auto-superação pois foi acostumado com o Estado assistencialista que soluciona o seu problema. Apesar de todos estes esforços dispensados pelo Estado, a situação da pobreza não tem melhorado. De fato, por um lado a pobreza aumentou no ritmo do crescimento demográfico e por outro, a cultura trabalhista piorou. É notório que atualmente a ascensão social já não se obtenha por "méritos" senão por "direitos" ou por pertencer a algum grupo sociopolítico".
No Brasil quanto mais o governo se preocupa coma pobreza, mas aumenta e o que prevalece é o fator inercial da pobreza, (dependência do Estado, falta de interesse na educação, falta de cultura de trabalho, etc).
A China é pragmática busca resultados deixando de lado a ideologia
Fonte http://periscopio.bligoo.com.br/a-arma-secreta-da-china-educa-o-em-massa
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